sábado, 18 de abril de 2009

sábado, 11 de abril de 2009

A Viagem




Acredito que talvez não tenhamos a consciência de nosso primeiro ato;
Mas nossa primeira estação de embarque é o Nascimento.
Tão envolto em mistérios como a Passagem.
Acordamos para o palco da vida. Percebemos as luzes e sentimos que um mundo diferente se faz presente!
Então começamos a perceber e a tentar entender este mundo...tão diferente, tão mágico e às vezes tão trágico.
Levamos algum tempo para conseguirmos expressar sentimentos, vontades, pensamentos e opiniões.
Ao longo dessa viagem, existirão uma infinidade de estações; em algumas encontramos amor, felicidade, surpresas, infelicidade, poesia, dor...
Em todas elas temos que sair com algum aprendizado; mesmo que não esteja claro naquele momento.
Sequer entendemos o porquê de termos que passar por esta ou aquela estação. Elas estão no caminho e não nos compete escolher quais elas serão. Simplesmente temos que passar...e que não há como voltar atrás!
Hoje, ao ver as estações pelas quais passei, gostaria realmente de ter pulado algumas, mas de forma alguma me arrependo. Tudo valeu de uma maneira ou de outra.
A única certeza dessa viagem é o Desembarque. Dizem que este é o principal motivo que nos separa dos animais irracionais. Talvez seja um alto grau de sabedoria vir dotado desta certeza, ou ainda uma grande estupidez. Não estou certa.
A última estação é exatamente igual para todos nós e de certa forma nos iguala de forma exemplar.
Esta última estação chama-se Eternidade.
O ingresso para esta estação é um ato solitário. Ninguém poderá nos substituir e não podemos negociar prazos ou condições.
Por mais que isso afete alguns núcleos, a vida lá fora continuará no mesmo ritmo. Os carros continuarão passando, as pessoas irão para seus empregos, as notícias nos jornais prosseguirão....e o trem jamais está parado.
E tudo isso não tem valor para quem adentra à Eternidade.
O que realmente vale, é o que está dentro do seu coração, todo o resto não nos pertence.
Então, vamos caprichar mais com aquilo que deixamos guardado dentro do peito; vamos selecionar quem merece ficar, os fatos que merecem ser lembrados e as emoções que serão sadias,
Todo o resto....bem todo o resto passará.

sábado, 4 de abril de 2009

Mais uma Flor?

Mais uma flor no jardim;
Pode ser uma rosa, um cravo ou um jasmim.
Não faz muita diferença quando sente-se o passar dos anos.
Nada é igual. Nem o jardim é o mesmo. Para cada época uma flor diferente.
Tudo muda, seu rosto, seu corpo suas emoções e percepções.
Ficamos mais sábios com certeza, mais calmos e pacientes.
E ao mesmo tempo há um furor que não quer calar, que deixa marcas visíveis na alma.
Uma vontade de viver o que ainda não foi experimentado.

Olho para trás e vejo muitas coisas boas, muitas mesmo
Mas também vislumbro o que há para ser feito;
E sinto que o momento é agora, é o já.
Provavelmente é igual para todo mundo, mas torna-se tão único quando vivemos isso de perto.
Não quero comemorar. E isso nada tem a ver com tristeza ou depressão.
Apenas não quero, quero que seja um dia comum, como todos os outros.
Quero acordar com a sensação que ainda posso muito mais do que realmente posso.
E olho para meu rosto no espelho; vejo olhos fundos e pele marcada; marcada pelo tempo. Ainda há tempo para tudo?

Sinto que não tenho mais tanto tempo para realizar sonhos e desejos;
Sinto que me falta tempo para mediocridades e calamidades
Não tenho tempo para reuniões intermináveis sobre um futuro distante;
Não estarei mais aqui quando as decisões tomadas hoje entrarem em vigor neste futuro incerto.
Falta-me paciência para aplaudir o ter ao ser; a imagem ao conteúdo.


Passam dias, idas e vindas;
Passam risos, choros e velas;
Passa a juventude e a imaturidade;

E assim passo com o descompasso dos passos alheios, tomando cuidado para deixar meus vestígios nesse mundo de fracassos.

Termino com a essência da Loba que habita em meu peito;
Felina Selvagem em busca de descanso lento.
Por que uivas Loba?
Para melhor adaptar-me ao avanço do tempo!