sábado, 27 de junho de 2009

Plenitude


O que esperar de um dia pleno? Uma semana plena? Um ano pleno?


A vida vivida com plenitude.


Passamos um tempo considerável de nossas vidas em busca da felicidade. Às vezes, a perseguimos por tanto tempo que sequer notamos o passar das temporadas.


Muitas vezes eu a encontro, de forma surpreendente e feliz. Outras, ela simplesmente se esconde – fica oculta em minha cegueira.


Mas sempre que me deparo com alguém triste, percebo a imensidão do véu negro que pode cobrir os horizontes e turvar o amanhã. A cegueira de TER QUE FAZER A QUALQUER CUSTO!


No entanto, é claro que a felicidade – embora mais sutil – traga a plenitude.


O acordar com um sorriso no rosto, espreguiçar demoradamente e sentir a resposta do seu corpo – pleno.


Lavar a alma a cada banho, cuidar de si, cuidar do que importa; cuidar de quem se importa.


São pequenas partículas de felicidade que transformam seu dia em um dia pleno.


Então, vamos cultivá-las, diariamente - incessantemente – plenamente.

quinta-feira, 11 de junho de 2009


"Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando."



Roberto Freire


De manhã, temendo que me achasses feia
Acordei tremendo, deitada na areia
Mas logo teus olhos disseram que não
E o sol penetrou no meu coração
Vi depois numa rocha uma cruz
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando entre as velas já soltas...
Dizem as velhas da praia
Que não voltas -
São loucas, são loucas!
Eu sei, ó meu amor, que nem chegastes a partir
Pois tudo em meu redor me diz
Que estás sempre comigo


Saudade é amar um passado que ainda não passou


Canção do Mar

Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar...contigo

Der Steppenwolf


The Wolf trots to and fro,

The world lies deep in snow,

The raven from the birch tree flies.

But nowhere a hare, nowhere a roe.

The roe - she is so dear, so sweet

If such a thing I might surprise

In my embrace, my teeth would meet,

What else is there beneath the skies?

The lovely creature I would so treasure,

And feast myself deep on her tender thigh,

I would drink of her blood full measure,

Then howl till the night went by.

Even a hare I would not despise;

Sweet enough its warm flesh in the night.

Is everything to be denied

That could make life a little bright?

The hair on my brush is getting grey.

The sight is failing from my eyes.

Years ago my dear mate died.

And now I trot and dream of a roe.

I trot and dream of a hare.

I hear the wind of midnight howl.

I cool with the snow my burning jowl,

And on to the devil my wretched soul I bear.



Hermann Hesse